Cíclame-da-Pérsia: conheça tudo sobre a rainha do inverno

Por Administrador - quarta-feira, maio 24, 2017

Recentemente, dei no dia das mães uma lembrança que, sinceramente, me deixou com uma pequena inveja. Fui até uma floricultura aqui perto de casa e comecei a vasculhar o estoque, conferir as flores e espécies no intuito de encontrar algo que pudesse surpreender a dona Sonia, minha mãe, que também é uma amante da natureza e suas belezas. Por isso, a responsabilidade era grande e não podia vacilar.

Nessa brincadeira, uma planta em específico me chamou muito a atenção. Ela era completamente diferente de tudo que já havia visto. A disposição de folhas e, principalmente, flores era peculiar. Nem mesmo na internet, com tantas buscas relacionadas às plantas, me deparei com tamanho charme e encanto.

Grudei nela e fui ao balcão para comprá-la, mas já armado com um arsenal de perguntas para matar todas as minhas curiosidades. Foi aí, diante do gentil e bem informado vendedor, que conheci a cíclame, em específico a cíclame-da-pérsia, popularmente conhecida como violeta-dos-alpes. Foi amor à primeira vista!




Por isso criei esta matéria, para poder compartilhar com todos vocês as características e os cuidados necessários para que você também possa ter esta delicada belezura que a um mundo inteiro encanta.

Vale deixar bem claro, de antemão, que não sou nenhum especialista, dispensando qualquer tipo de formação acadêmica nessa ou em qualquer outra área. Tudo que será citado provém de muita pesquisa ao lado de experiências e, principalmente, muita observação. Sem mais delongas, vamos ao que interessa!

Nome científico (botânico): Cyclamen Persicum.
Nomes populares: Ciclame-da-pérsia e Violeta-dos-alpes.
Gênero: Cyclamen.
Ciclo de vida: Perene, podendo entrar em estado de dormência durante o verão.
Formação: a partir de um tubérculo/bulbo. Sendo que, geralmente, este tipo de planta perde suas folhas e demais parte aérea durante os períodos de dormência vegetativa, neste caso, durante o verão. Os tubérculos são legítimas batatas arredondadas de onde saem as raízes. No seu interior, encontra-se amido, substância utilizada como fonte reserva à planta.
Flores: Sim. No topo das hastes e em formato peculiar, parecendo com uma borboleta em repouso.
Período: Pode, ocasionalmente, florescer o ano inteiro. Porém, é interessante que a mesma entre em “dormência” durante os meses de verão, a fim de que no final do outono ao fim da Primavera ela floresça intensamente.
Temperatura: 12ºC à 18ºC é o perfeito. Mas tolera temperaturas amenas, por isso sua popularidade no continente europeu. Valores excessivos podem prejudicar seu desenvolvimento.
Umidade: adora ambientes frescos e úmidos. O único cuidado deve ser tomado em locais internos e que contem com pouca ventilação, dificultando o processo de secagem da terra e propiciando a incidência de fungos.
Luminosidade: perfeita para ambientes internos, pois se desenvolve bem apenas com intensidade de luz, sem a necessidade de estar em contato direto com o sol. Caso queira, pode ser exposta aos raios solares sim, desde que seja no início do dia ou no fim, cujo qual não tem intensidade suficiente para agredi-la. Exemplo: das 7 horas da manhã até às 8 horas é mais do que o suficiente.
Ambiente: tanto internos como externos, desde que seguidas as demais recomendações. Porém, o local perfeito para esse tipo de planta é disposta debaixo de grandes árvores e suas sombras salpicadas.
Solo: rico em matéria orgânica e, acima de tudo, drenante. Para isso, pode se utilizar folhas mortas, areia ou, até mesmo, pedriscos.
Rega: apesar de ser típica de ambientes úmidos, as Cyclamens não gostam do excesso. Por isso, a rega deve ser feita somente quando a superfície do solo começar a aparentar estar seca novamente. Já nos períodos de floração, é válido manter o solo constantemente úmido e ventilado, evitando sempre o excesso.
Adubo: de preferência o líquido e de marcas de boa reputação. Siga sempre as dosagens recomendadas pelo fabricante. Já no meu caso, opto sempre a menos do que o recomendado, é uma questão de segurança até que eu possa sentir os efeitos daquele fornecimento. Estando seguro, aumento mínima e gradativamente a dosagem. No meu caso, aplico mensalmente uma dose de adubo de manutenção (NPK 10-10-10) e, na floração, troco pelo seu respectivo (NPK 9-45-15) a fim de estimular ainda mais.



Manutenção: assim que as flores começarem a secar, retire a haste inteira da planta manualmente ou com o auxílio de alguma ferramenta. Além de deixá-la com aspecto sempre belo, esse cuidado evita que a planta perca partes ainda maiores, uma vez que a haste vai apodrecendo até a base, podendo afetar demais regiões.
Propagação: através de sementes no fim no verão ou, se preferir, através da divisão do bulbo. Isso poderá ser feito onde tiverem gemas brotando, utilizando, sempre, equipamento esterilizado para evitar a contaminação dos cortes. Para que as novas mudas “peguem”, é ideal que sejam enterradas em areia, transplantando, depois, para seu local definitivo.
Cuidados: esta planta, apesar de ser perene, possui um ciclo de dormência, que é onde a planta literalmente seca e começa a aparentar estar morta. Engano! Ela faz isso para proteger-se do intenso calor, mantendo seu tubérculo a salvo debaixo da terra para que retorne o ciclo vegetativo na estação seguinte.
Aplicação: ideal para alpendres, sacadas ou próxima a janelas, desde que esteja fora do alcance de ventos fortes.

Ciclame-da-pérsia: Introdução

Existem várias espécies de Cyclamen, precisamente 23, e dentre todas, a mais cultivada no mundo é justamente a ciclame-da-pérsia. Ela é formada através de um bulbo, atinge cerca de 10 à 30 centímetros e chega a plena floração no final do outono e decorrer do inverno. Portanto, é uma planta que apresenta bastante resistência contra o frio, perfeita para aquecer de beleza essa tão fria estação (ao menos aqui no Sul é!)

Você que mora em locais onde as estações não são bem definidas e vive sempre a pleno calor, não sei afirmar se é ou não uma planta adequada. O que posso dizer é que ela a não suporta o calor excessivo e nem o contato direto com aquele “solão” quente do meio-dia, a não ser pelos primeiros raios da manhã ou fim de tarde. Portanto, diria que sim, desde que todos os cuidados necessários sejam tomados. Caso contrário, é uma planta fácil de se perder.

Violeta-dos-Alpes: Hastes e Flores

Suas flores apresentam um formato bastante peculiar. As pétalas se formam na ponta de uma haste e mais se parecem com uma borboleta em repouso. Quem tem sabe e quem não tem, vai entender a hora que se deparar com uma. São lindas! O verdadeiro diferencial que as torna tão especial. Se tratando do conjunto, a haste parece, em outras palavras, estar levantando sua única flor em direção ao céus, criando uma definição muito notória entre folhagens, hastes e flores.


Violeta-dos-Alpes: Folhagem Ornamental

Já para aqueles que gostam de folhagens, ela também é uma boa pedida. Pelo fato de ser uma planta perene, apresenta aspecto bastante ornamental mesmo nas épocas em que não está em floração devido as suas folhas donas de características bastante peculiares. Sua tonalidade verde escura, misturada com manchas brancas dá a ela um efeito marmorizado, algo completamente novo de ser visto.

Ame você flores ou apenas plantas donas de folhagens, ela, com certeza, lhe deixará com o coração dividido. Mas de uma coisa eu garanto: quem der uma chance, vai se apaixonar!

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